Compromisso é um acto de se ficar
obrigado a algo por promessa ou acordo.
Para se assumir um compromisso é
necessário haver um acordo ou uma promessa.
O acordo ou promessa é baseado na
esperança de se dar algo e de receber algo em troca. Não vale a pena entrar em
discussões teóricas sobre altruísmo ou sobre o “amor ágape”. No actual estágio
da humanidade, turvado pela separação de Deus, os humanos não conseguem dar
provas do mais puro dos relacionamentos, o dar sem pensar receber nada em
troca. Mesmo quando aparentemente acontece é para aliviar a consciência ou
então por alguma obrigação moral assumida como parte da sociedade.
O COMPROMISSO DE DEUS
Deus assumiu o compromisso de
relacionamento directo, íntimo e pessoal com a criação. No Éden, as
necessidades dos humanos eram da preocupação de Deus. Viviam vidas
despreocupadas, sem a noção do que é a vida de trabalho para “sobreviver”. Tudo
aquilo que nós chamamos erradamente de mãe natureza era da responsabilidade de
Deus, que cumpriu a sua parte do acordo.
O que aconteceu foi que os
primeiros habitantes resolveram deliberadamente desobedecer a Deus, desafiando
a autoridade divina.
O compromisso do Éden, não era inconsequente, pois havia obrigações de
ambas as partes.
Levados por um desejo
independentista, os moradores do Éden, optam por se desligar do compromisso,
ficando sem o relacionamento directo, íntimo e pessoal com Deus e passando a
viver por sua conta e risco.
A partir dessa altura, os humanos
ficaram submetidos às regras do mundo físico e das leis que Deus fez para
regerem o universo.
Do ponto de vista espiritual o
ser humano ficou entregue à autoridade daquele que o levou a tomar a decisão de
se separar de Deus.
O alicerce da tomada de decisão
no Éden foi uma mentira, a partir daí, a natureza humana foi sendo construída
cada vez mais nos derivados da mentira.
Como uma raiz poderosa, a
mentira, tomou conta da natureza humana e rapidamente deu frutos, com todas as
consequências que ainda hoje fazem parte da humanidade e se reflectem em toda a
criação.
Compromisso é sinónimo de
ligação e de identificação com o que se concorda, assim o que aconteceu no
Éden, foi o assumir de uma ligação com Satanás. Ao identificarem-se
com esta nova ligação os humanos submeteram-se à sua nova autoridade
espiritual.
Sabemos que tudo não passou de
uma trapaça, mas mesmo assim, ainda hoje em dia, muitos humanos preferem viver
na mentira, alimentando a maldade que lhes vai na alma e dando asas aos
instintos e desejos, e de bom grado continuam sujeitos à autoridade satânica,
mesmo em situações de aflição.
O ser humano, continua enganado,
tal como no Éden. Julgando que pode ser independente de tudo, julgando que tem
capacidade de resolver todos os seus problemas e até pensa que pode controlar o
universo e as regras que o rege.
Muitos fingem que reconhecem a
autoridade de Deus, mas caem no mesmo erro dos primeiros habitantes, ao se
deixarem engodar por uma mentira. Muitos julgam que se pode fazer o que se
quiser e que Deus fecha os olhos ou então que Deus é amor e que tudo perdoa,
esquecendo-se essa gente que Deus não tenta ninguém nem se deixa tentar.
Deus, sendo um cumpridor da Sua
Palavra e fiel aos seus compromissos, não altera nada só para fazer a vontade
dos humanos, que querem que os desejos e instintos da maldade, alimentados
pelas mentiras das hostes da maldade sejam considerados impunes.
Ao longo dos tempos, Deus tentou
restabelecer a a ligação perdida com os humanos, mas foi constantemente
rejeitado.
Deus renovou promessas, nomeou
profetas, juízes, sacerdotes e outros interlocutores válidos, até separou um
povo só para si para que lhe servissem de testemunho e mostrassem ao resto da
humanidade o quão bom é viver sob a Sua autoridade.
Mesmo esse povo, rejeitou os
juízes, desprezou os profetas, muitos dos sacerdotes tornaram-se rebeldes e
optaram por servir os falsos deuses.
Todos os acordos foram sendo
abandonados pelos humanos, até que Deus resolve, via Moisés, passar para escrito
toda a segurança e as bênçãos que se têm quando a autoridade única é o Deus
verdadeiro.
Não ficou apenas escrito as
obrigações de Deus, também se escreveram as obrigações dos humanos. Cada parte
sabia perfeitamente o que acontecia se falhasse o compromisso.
Um compromisso é uma garantia de
segurança, não apenas entre os subscritores mas também para quem os rodeia.
Constantemente o povo falhava
os seus compromissos, mas quando reconhecia o erro, e honestamente pedia
perdão, o coração de Deus rejubilava de alegria e renovava o compromisso,
baseado na humildade do reconhecimento da falta.
|
No Éden, assim não aconteceu, os
protagonistas humanos não reconheceram a quebra do compromisso, nem se deram ao
trabalho de pedir perdão, tentando antes arranjar desculpas sem fundamento,
atirando as culpas para outros que não eles próprios.
A lição que se pode tirar, é que
a culpa é pessoal e intransmissível e cada atitude nossa tem de ser ponderada,
pois argumentos do tipo fui enganado, não é aceite, pois cada humano foi criado
com inteligência e com livre arbítrio.
A forma que o povo pedia perdão a
Deus, era através de ofertas voluntárias e de animais, pois o pecado tinha de ser reparado.
Como o povo ia falhando cada vez
mais os compromissos, Deus resolve vir pessoalmente anunciar a derradeira
hipótese de reconciliação, abrindo assim o caminho a todos os humanos do
planeta de entrarem na plenitude das regalias da autoridade divina, ou seja,
Jesus Cristo veio anunciar o Reino de Deus.
Compromisso cristão é um acordo para reatar o relacionamento
perdido no Éden entre Deus e os humanos.
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Deus resolve selar
este acordo com o que tinha de mais querido, demonstrando assim o seu
enorme interesse e sinceridade nesta aliança
|
Jesus Cristo, 100% Deus e 100%
humano, oferece-se voluntariamente para ser o derradeiro sacrifício para a
expiação dos pecados e assim consumar o perdão dos pecados que separava os
humanos de Deus.
Com a crucificação e posterior
ressurreição de Jesus Cristo, foi eliminada a última barreira que separava Deus
dos humanos, a morte espiritual.
Completamente de graça esta
oportunidade de salvação, de não se viver eternamente separado de Deus, morto
espiritualmente, a humanidade tinha um Caminho directo ao trono da glória do
criador.
Cada
um individualmente não precisa de fazer absolutamente nada fisicamente, basta
reconhecer que está separado de Deus e que aceita a proposta de reconciliação
consumada através de Jesus Cristo.
Compromisso cristão é um acto de adesão de livre escolha entre
duas partes, que foi consumado por Jesus Cristo na cruz. Deus Pai é o
primeiro signatário, sendo cada cristão signatário aderente. Do lado de
Deus existe uma disponibilidade completa e permanente, do lado dos humanos
cada um fará a sua escolha mas terá de ser livre.
|
OS CRISTÃOS SÃO MORDOMOS DE DEUS
Ao reatar o relacionamento, Deus
torna-nos seus filhos e seus co-herdeiros com Cristo Jesus. Assumimos também a
qualidade de Mordomos, pois Deus permite que os signatários se tornem
administradores de alguns dos seus direitos e das suas possessões, mas sempre
de acordo com a Sua vontade e Seus propósitos.
O COMPROMISSO COMO FORMA DE VIDA
A fidelidade de Deus, cumprindo
na integra os seus compromissos e derramando o seu amor sob a criação e tendo
um carinho especial pelos humanos, faz com que o cristão, sendo Mordomo
das coisas do Pai, coloque o COMPROMISSO como a sua forma de vida.
Como Mordomos de algumas das
coisas de Deus, somos também a imagem visível do Soberano, ficando também os Mordomos responsáveis pela transmissão
e manutenção da “boa imagem” de quem representamos. Equivale a dizer que somos
responsáveis não apenas pela boa imagem do visível e espiritual, mas também
pela imagem dos procedimentos e atitudes de Cristo.
procedimentos e atitudes de Cristo
Propósito – Vida com objectivos, intenção,
projecto, decisão;
Compromisso;
Legitimidade – Autêntico, genuíno;
Justiça – Imparcialidade da confiança;
Responsabilidade – Que tem consciência dos seus
actos;
Convicções – opinião firme;
Lealdade – sincero, franco;
Fidelidade – dedicado;
Honestidade.
Princípios da pessoa comprometida com o
evangelho
ü
Sabe que é um pecador, salvo pelo sangue de
Jesus;
ü
Sabe de que foi salvo pela graça;
ü
Sabe de que passou a ser um “estrangeiro” numa
terra estranha;
ü
Sabe que tem um acordo com Deus, selado com o
que Deus tem de mais querido;
ü
Sabe que tem um relacionamento com Deus e deve
fazer tudo para o manter;
ü
Conhece a fragilidade da sua natureza humana;
ü
Conhece o que é o Reino de Deus;
ü
Reconhece a autoridade de Deus;
ü
Reconhece a criação como propriedade de Deus;
ü
Aceita viver, partilhar e dedicar a sua vida
segundo os princípios bíblicos;
ü
Reconhece que precisa constantemente do Espírito
de Deus, na caminhada da vida terrena.
Ambiente
sócio-cultural
A sociedade da actualidade vive
sob a filosofia e estilo de vida com os seguintes valores:
-
Valorização do “eu” e dos seus interesses;
-
Valorização da satisfação pessoal e do prazer;
-
Massificação da cultura, e globalização da
mesma;
-
Negação dos absolutos, pois a evolução altera o
anterior;
-
Aceitação da diversificação, com o paradoxo que
só aceitam os que pensam de igual forma;
-
A mesma pessoa pode aceitar uma coisa e o
contrário ao mesmo tempo e não se vê nisso uma contradição;
Consequências sócio-culturais
deste estilo de pensamento:
-
Aceita bem as contradições e os paradoxos das
suas filosofias;
-
Desvalorização do altruísmo, não se preocupando
com os outros;
-
Negação do auto controle;
-
Miscigenação global com perda da diversidade
cultural;
-
Miscigenação religiosa, em que só existe um deus,
para o qual todas as religiões apontam, pois cada religião tem é um caminho
diferente;
-
A não constância dos conceitos ideias, leva à
despersonalização individual;
-
Os valores são: -Não ter convicções, sejam
políticos, éticos, religiosos, sociais ou outros;
-
Sem convicções também não há compromisso.
Vivendo numa constante mutação de
valores, sem convicções e sem a diversidade, a sociedade entrou numa espiral de
auto-destruição e está a transformar-se numa sociedade sem perspectivas de
futuro e sem futuro não há segurança.
Compromisso
cristão
Embora viva numa sociedade decadente,
o cristão comprometido, aceita o desafio de ser MORDOMO do criador, e aceita
ser a visibilidade de Jesus Cristo, querendo viver segundo os princípios do
evangelho e reflectindo as mesmas atitudes e procedimentos de Cristo.
Ao assumir o Compromisso Cristão,
os Mordomos sabem que a sua individualidade será respeitada, e a sua
humanidade será exponenciada para aquilo que foi criado.
CRISTÃO COMPROMETIDO
Cristão
comprometido não faz nascer a marca “eu”, pensa antes em viver com o meio
que o rodeia e ser participante nas aflições e alegria dos outros. Ajuda os
necessitados, os doentes, os idosos e os frágeis;
Cristão
comprometido não vive da aparência, não valorizando os bens materiais e o
estatuto social;
Cristão
comprometido é fiel nos seus compromissos, mesmo que mudem as
circunstancias e saia a perder;
Cristão
comprometido sabe o quão difícil foi a vinda de Jesus à Terra e a
consequente crucificação, por isso valoriza a obra de Jesus;
Cristão
comprometido é aquele que sabe que os princípios de Deus são de difícil
aplicação, mas que se entrega nas mãos do Espírito de Deus, para o ajudar nas
fraquezas;
Cristão
comprometido é aquele que descobre que a vida não é para alimentar a
natureza humana, embora pareça lógico e bom;
Cristão
comprometido vive pela fé e o seu coração vai sendo alimentado pela
esperança em Jesus Cristo;
Cristão
comprometido sabe aonde há-de alimentar a sua alma e o seu espírito, não se
enchendo com lixo;
Cristão
comprometido gosta de fazer a vontade de Deus, assim como os apaixonados gostam
de fazer a vontade do outro;
Cristão
comprometido respeita a diferença e as posições dos outros, pois sabe que a
livre escolha é um princípio divino;
É através do nível compromisso
que se distinguem os crentes.
Dentro de uma comunidade cristã,
existem características comuns entre os membros:
- Frequentam
o mesmo espaço;
-
Normalmente, são membros;
- Sentam-se
ao pé uns dos outros;
- Ouvem as
mesmas pregações;
- Desejam
ser abençoados;
- Desejam
Segurança;
- Têm
projectos comuns.
Mas nem todos têm o mesmo nível
de compromisso:
·
Alguns
não têm grande fé nos estudos bíblicos, nem acreditam que as escrituras devam
ser encaradas como uma realidade;
·
Gostam
de um cristianismo leve, que não mexa muito com o seu estilo de vida;
·
Gostam
do lazer e de alguma atenção, e conseguem encontrar um pouco disso na Igreja;
·
Gostam
de ajudar, desde que não entre em conflito com a sua agenda pessoal, que é
prioritária;
·
Gostam
de cultos evangelísticos, das celebrações, das festas ou dos passeios;
·
Gostam
de ouvir falar do amor de Deus;
·
Gostam
de ler na Palavra as promessas;
·
Acham
que tudo tem de ter uma utilidade para si próprio, mesmo o evangelho;
·
Acham
que as convicções são fonte de conflito;
·
Não
gostam de se ser confrontados com a Palavra, quando mexe com o seu estilo de
vida;
·
Não
gostam de se humilhar diante da Palavra, nem se acham pecadores.
A diferença de compromisso entre
os crentes não se manifesta à superfície, e por vezes nunca se chega a saber o
grau de compromisso.
A vida cristã é uma vida prática,
não é uma aplicação intelectual do que se acha que é bom e correcto. Não chega
fazer uma listagem do que se considera ética e normalmente correcto e a seguir
tentar viver segundo padrões estabelecidos.
COMPROMISSO
INTEGRAL
Muitos simpatizam com Jesus
salvador, anseiam profundamente as suas bênçãos, tais como ser perdoados,
desejam a paz, gostam de ser consolados, gostam até de ser participantes das
regalias, mas não querem o compromisso integral.
Não chega dizer, Jesus é Senhor,
quando não se está disposto a aceitar a Sua soberania e a viver de acordo com
os Seus princípios.
A importância com que valorizamos
a fé é directamente proporcional à importância com que valorizamos o
compromisso com o evangelho.
Não se pode ser mordomo de alguém,
quando não se tem um compromisso fiel com o proprietário.
Jesus disse:
"Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não;
porque o que passa disto é de procedência maligna." (Mateus 5 : 37)
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